Saturday 22 December 2012

Os canadenses estão há 4 meses sem ópio!!!


Muitos pensam que o Brasil é o país do futebol, ou que ninguém gosta mais de futebol do que os brasileiros, errado. Na Inglaterra, na Espanha e na Argentina, por exemplo, as pessoas gostam mais de futebol do que no Brasil, pois nestes países a porcentagem de pessoas que torcem para algum time é maior do que em terras tupiniquins. Um em cada 4 brasileiros sequer torce por algum time, vide pesquisa recente do Datafolha.


Bom, mas mesmo assim, o Hockey no gelo está para o Canadá como o futebol para o Brasil, ou Inglaterra, Espanha, Argentina, como queiram. Os campeonatos de Hockey dos Estados Unidos e Canadá são unificados (NHL), como também os campeonatos de basquete (NBA). Ocorre que desde setembro a associação dos jogadores de Hockey está em greve, e o campeonato 2012-2013 ainda não começou. O problema é que a liga (NHL) tem um dono (ou donos, não sei), e os times também possuem donos, como a maioria dos times de futebol da Europa. Logo, todos os jogadores são funcionários de alguns empresários, como todos os lutadores do UFC são funcionários do espertíssimo Dana White.




Já vi discussões acaloradas aqui de canadenses sobre a maldita greve do Hockey, e reclamações do tipo: essa greve que não acaba nunca;  que tá sem graça esse inverno;  que o que vou fazer na quarta a noite? Agora não tenho mais desculpa, todo final de semana tenho que dar um trato na patroa; estou tendo que assistir baseball; e blá blá blá. Imaginem o Brasil 4 meses sem futebol?? Não dá pra imaginar, não por ficar sem futebol (também, é claro), mas porque nunca jogadores brasileiros seriam capazes (infelizmente, devido a pouca consciência crítica da categoria na média geral) de organizar uma greve. Todo lugar tem gente reclamando que os jogadores de futebol ganham muito, e não sabem nem falar direito. Eles só ganham o que ganham, porque alguém os paga bem, para ganhar muito mais em cima, como os canais que transmitem, e os patrocinadores e etc. Ora o Neymar e o Messi ganham 3 milhões por mês e não estudaram? E daí, eles ganham o que ganham porque só eles sabem fazer o que fazem neste mundão , porque se eu ou você passaramos treinando uma vida inteira, nunca vamos fazer o que eles fazem, simples assim, e 99% das pessoas prefere ver um golaço do que saber sobre algum talvez possível novo futuro potencial tratamento para a dor neuropática!!! Se há público, há grana.



 Tá, mas e os caras do Hockey ganham muito também? Sim, lógico, mais até que os jogadores brasileiros imagino eu, mas os donos da liga e dos clubes ganham mais ainda em cima do esporte e dos atletas (a velha mais-valia). E o esporte só existe e rende o que rende devido aos atletas, e não aos cartolas. No caso aqui, os jogadores querem maior participação dos direitos de imagens, que não haja teto salarial (sim, há teto salarial nos clubes privados, esses cartolas deixam até o Eurico Miranda pra trás, haha) e que não aumente o número de jogos por temporada. Assim, a greve maldita, segundo os canadenses parece mesmo não ter fim. O engraçado é que todo dia aqui tem notícia sobre a greve, vai e volta, e nenhum lado arreda o pé, os caras tão perdendo milhões por dia, patrocinador, TV, produtos e coisarada e tal, mas não chegam a lugar nenhum. Impressionante mesmo. Pode ser até que passe um ano inteiro sem o campeonato de Hockey, e os canadenses choram.




Enquanto a greve não se resolve, o inverno canadense segue calmo e quieto, e ainda um tanto quanto triste sem as dinâmicas e “pancadorísticas” partidas de Hockey.

Sunday 16 December 2012

Os canadenses estão há 4 meses sem ópio!


Muitos pensam que o Brasil é o país do futebol, ou que ninguém gosta mais de futebol do que os brasileiros, errado. Na Inglaterra, na Espanha e na Argentina, por exemplo, as pessoas gostam mais de futebol do que no Brasil, pois nestes países a porcentagem de pessoas que torcem para algum time é maior do que em terras tupiniquins. Um em cada 4 brasileiros sequer torce por algum time, vide pesquisa recente do Datafolha.


Bom, mas mesmo assim, o Hockey no gelo está para o Canadá como o futebol para o Brasil, ou Inglaterra, Espanha, Argentina, como queiram. Os campeonatos de Hockey dos Estados Unidos e Canadá são unificados (NHL), como também os campeonatos de basquete (NBA). Ocorre que desde setembro a associação dos jogadores de Hockey está em greve, e o campeonato 2012-2013 ainda não começou. O problema é que a liga (NHL) tem um dono (ou donos, não sei), e os times também possuem donos, como a maioria dos times de futebol da Europa. Logo, todos os jogadores são funcionários de alguns empresários, como todos os lutadores do UFC são funcionários do espertíssimo Dana White.




Já vi discussões acaloradas aqui de canadenses sobre a maldita greve do Hockey, e reclamações do tipo: essa greve que não acaba nunca;  que tá sem graça esse inverno;  que o que vou fazer na quarta a noite? Agora não tenho mais desculpa, todo final de semana tenho que dar um trato na patroa; estou tendo que assistir baseball; e blá blá blá. Imaginem o Brasil 4 meses sem futebol?? Não dá pra imaginar, não por ficar sem futebol (também, é claro), mas porque nunca jogadores brasileiros seriam capazes (infelizmente, devido a pouca consciência crítica da categoria na média geral) de organizar uma greve. Todo lugar tem gente reclamando que os jogadores de futebol ganham muito, e não sabem nem falar direito. Eles só ganham o que ganham, porque alguém os paga bem, para ganhar muito mais em cima, como os canais que transmitem, e os patrocinadores e etc. Ora o Neymar e o Messi ganham 3 milhões por mês e não estudaram? E daí, eles ganham o que ganham porque só eles sabem fazer o que fazem neste mundão , porque se eu ou você passaramos treinando uma vida inteira, nunca vamos fazer o que eles fazem, simples assim, e 99% das pessoas prefere ver um golaço do que saber sobre algum talvez possível novo futuro potencial tratamento para a dor neuropática!!! Se há público, há grana.



 Tá, mas e os caras do Hockey ganham muito também? Sim, lógico, mais até que os jogadores brasileiros imagino eu, mas os donos da liga e dos clubes ganham mais ainda em cima do esporte e dos atletas (a velha mais-valia). E o esporte só existe e rende o que rende devido aos atletas, e não aos cartolas. No caso aqui, os jogadores querem maior participação dos direitos de imagens, que não haja teto salarial (sim, há teto salarial nos clubes privados, esses cartolas deixam até o Eurico Miranda pra trás, haha) e que não aumente o número de jogos por temporada. Assim, a greve maldita, segundo os canadenses parece mesmo não ter fim. O engraçado é que todo dia aqui tem notícia sobre a greve, vai e volta, e nenhum lado arreda o pé, os caras tão perdendo milhões por dia, patrocinador, TV, produtos e coisarada e tal, mas não chegam a lugar nenhum. Impressionante mesmo. Pode ser até que passe um ano inteiro sem o campeonato de Hockey, e os canadenses choram.




Enquanto a greve não se resolve, o inverno canadense segue calmo e quieto, e ainda um tanto quanto triste sem as dinâmicas e “pancadorísticas” partidas de Hockey.



Monday 12 November 2012

Montréal??? Não, não é Canadá!!!


Qualquer sujeito desavisado chegando ao Canadá pela primeira vez,  quando botar o pé fora do corredor de desembarque no aeroporto Trudeau, pode até pensar que esqueceu de puxar a cordinha no lugar certo e desceu na parada errada (o que me ocorreu no final de década passada, era pra descer em Pato Branco e fui acordar em Palmas, PR). Isto pode ocorrer, porque o camarada vai procurar pela exit que existe em todos os aeroportos do mundo, até no aeroporto de Chapecó, mas não aqui, em pleno Canadá, país anglófono! Sim, e Montréal ainda é a cidade mais canadense desta província, o Québec.



 A história é longa e fascinante (estou lendo um livreto sobre o Québec), mas de forma resumida, pode-se dizer que os ingleses chegaram aqui primeiro, lá por 1500, ficaram um ou dois janeiross, não guentaram o repuxo do inverno e do minuano que desce da Groenlândia, e levantaram acampamento. Algumas décadas mais tarde, os franceses chegaram, e apesar da fama de afeminados, guentaram o frio e se estabeleceram. Algumas décadas mais tarde os ingleses voltaram, principalmente subindo de terras ianques, quando já se avizinhava a independência estadounidense (já estamos em meados do século XVIII agora). Nesta época, uma enxurada de ingleses súditos da rainha também subiram pra cá, pois não queriam deixar de ser ingleses e se tornar estadounidenses. Daí o bicho pegou, e no final, os ingleses ganharam as principais batalhas, em 1760 Montreal foi tomada pelos ingleses, e no final das contas,  sobrou aos franceses, este pedaço de terra aqui, o famoso Québec, a maior província canadense.



Bom, voltando ao sujeito perdido no aeroporto, ele seguirá perdido e desorientado quando começar a andar pela cidade. Praticamente nada aqui está escrito em inglês, seja em anúncios e comércios privados, muito menos prédios públicos provincianos. Na verdade, no Brasil tem mais anúncios em inglês do que aqui, tipo 50% off, festa open bar, internet wireless, festa ladies first, sem contar as baladas top (!), se não tiver o nome em inglês, não é top, haha, até os DJ (disk jockey, vulgos enfiadores de pen drive) são chamados de tops.


Experimente caminhar pela cidade, exceto no centrão, bem no miolo, no resto quase só se houve o francês sendo falado. No meu caso, que vivi no ano passado na parte inglesa do Canadá, a minha primeira impressão de Canadá foi outra, então é raro não ter a sensação de estar em outro país,  pois a língua é a maior identidade de um povo, e aqui o povo se identifica de outra forma. Ok, mas grande parte (chuto aí uns 80%) do montrealenses falam inglês (bem ou tipo eu, meia boca). Afinal, Montreal é uma metrópole, que recebe gente do mundo todo, mendigo pede esmola em francês e daí você se acha malandro, e manda pra ele: - Désolé, je ne parle pas français. Daí o mendigo te pede esmola em inglês. Aí o safado sempre me ganha, eu me obrigo a dar uns trocados, pô, o cara é melhor que eu e tá mendigando!!! Mas nas cidades da grande Montreal, ou mesmo em Québec City, capital da província, e outras cidades, quase ninguém fala inglês. Estive em outras cidades daqui, e mesmo jovens, em restaurantes, bares, não sabem inglês, normalmente o atendente sai procurando algum colega para te atender (isso se vc não falar francês, obviamente, o que ainda é o meu caso, infelizmente). No ano passado, em Halifax (parte inglesa) eu tinha colegas universitários que estavam de férias fazendo aulas de inglês comigo, ou seja, aprendendo inglês junto com canadenses!



Bom, a sensação é de estar em outro país, no meio de outro povo, com outra história, e quando na sua sala você liga a janela para o mundo (como dizia Nelson Rodrigues), você assiste o mundo em francês, mas mesmo assim, tudo isso continua sendo Canadá, menos para os quebequences, of course! Opa, digo, Bien sûr que non.

Sunday 14 October 2012

O Blog do Ney voltou, agora em Montréal!

Então galera, depois de aproximadamente 1 ano com o blog desativado, estimulado também por pedidos de amigos para voltar com o mesmo, cá estamos novamente. No ano passado passei uma temporada em Halifax, na província de Nova Scotia, extremo leste canadense, região de origem e língua inglesa. Agora, estou em Montréal, segunda maior cidade do Canadá, localizada na Província de Québec, de origem e língua francesa. A idéia consistirá mais ou menos a mesma, de tempos em tempos publicarei algo que eu ache interessante, divertido, curioso, histórico ou banal (hehe) sobre a cidade aqui, região e país. Ultimamente tenho feito algumas outras viagens legais, e agora que peguei o gosto pela coisa (antes o pouco dinheiro que eu guardava eu pensava em gastar em festas, agora penso em festas e viagens), então quando estiver sem nada interessante por aqui, vou de vez em quando publicar sobre outras viagens também.

Pra começar falando, Montréal é a maior cidade de Québec, província francesa que ainda mantém desejos de independência, como a Catalunha, digamos assim. O povo aqui não se considera canadense (e realmente não é). Para mim, Toronto e Montréal estão para o Canadá, mais ou menos como Sampa e Rio pro Brasil, na primeira, uma cidade maior, onde as pessoas buscam mais ganhar a vida, trabalhar e oportunidades. Na segunda, onde há igualmente os objetivos da primeira, mas há também muita busca por diversão, artes, cultura, entretenimento e afins. Montréal é o centro artístico do Canadá.

Em virtude disso, Montréal é uma cidade com uma agitada vida noturna, possui algumas regiões com diversas ruas lotadas de restaurantes, bares e casas noturnas. De modo geral, comparado com o restante do Canadá, o custo de vida parece não ser muito alto, os aluguéis por exemplo, são mais baratos que em Halifax (300 mil cabeças), sendo que a aqui a grande Montréal deve ter em torno de 3 milhões.

Bom pra começo é isso, to totalmente sem inspiração hj, o Grêmio foi roubado em casa, e o Flu ganhou com ajuda do juiz, então vou deixar algumas fotos abaixo para as primeiras impressões da cidade.


En profiter ça!

                                                                      Parc Mont royal
                                                                    Vista do Mont Royal


                                                     Placa de automóvel do Québec
                                                                   Rue Saint-Denis
                                                       Início do outono no Porto velho
                                           Poutine, prato típico de Montréal (muito saudável)

                                                                     Centro velho
                                             Estádio Olímpico (1976) e torre de observação

                                                               Catedral Notre Dame
                                                                       Vista noturna

                                                                               Merci!